Brasília – O trabalho em conjunto
das escolas de samba do Distrito Federal em profissionalizar a área
dará outro padrão de beleza e qualidade para o Carnaval de 2014,
afirma o diretor da União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo do
Distrito (Uniesbe), Adriano Gadini. O primeiro passo deste processo é
o curso A Dança do Samba, ministrado pelo professor carioca Manoel
Dionísio, na quadra da Aruc.
“O curso é um divisor de águas para
as escolas de samba do DF, pois oferece ensinamentos de ponta sobre
o bailado da porta-bandeira e do mestre-sala. É importante que o
pessoal de Brasília conheça esses segredos do carnaval”, avalia
Gadini.
Adriano Gadini, diretor de Carnaval da Uniesbe |
De acordo com o diretor da Uniesbe, o
projeto de criação do Sambódromo de Brasília já está pronto e
será entregue nos próximos dias ao governo do DF. A ideia é criar
um espaço com as instalações das escolas de samba, conhecidas como "barracões", ao lado do
local do desfile. No próximo ano, o desfile continuará no Plano Piloto, onde já foi realizado em
2013, no estacionamento do ginásio Nilson Nelson.
“O Carnaval só sairá de lá para o
seu local definitivo. Esse formato [de barracão e passarela] já é utilizado em cidades do
Espírito Santo e em Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro”,
explica. Gadini adianta que a liga também prepara outros cursos para
áreas vitais do carnaval, como harmonia e samba-enredo.
Roninho ao lado dos seus dois casais da Águia Imperial |
Para o presidente da Águia Imperial da
Ceilândia, Ranieri Freitas, o Roninho, o projeto A Dança do Samba
evitará que as escolas de samba do DF precisem importar casais de
mestre-sala e porta-bandeira de outros estados. “Atualmente cerca
de 80% das escolas trazem seus primeiros casais de mestre-sala e
porta-bandeira principalmente do Rio de Janeiro. Em Brasília, poucas
escolas de samba têm seu primeiro casal de dentro da própria
comunidade”, conta.
Roninho cobrou do poder público o
galpão da comunidade. Atualmente, a área da escola ainda é
improvisada. “Com o nosso espaço próprio temos a perspectiva de
estender os atuais cursos que temos de bateria, percursão, violão e
dança do ventre. Entre as nossas ideias está a de fazer oficinas de
chapelaria e fantasia”, disse Roninho.
À direita, Uédson Sá |
A escola de samba Mocidade do Gama
participa do curso com o casal de mestre-sala e porta-bandeira Erika
Silva e Marcus Vinicius. A decisão de integrar o projeto partiu do
presidente da agremiação, Uédison Sá. “Essa é a oportunidade
de conhecer como se faz a verdadeira dança do samba. Em Brasília
falta muita coisa, o carnaval aqui ainda é atrasado em comparação
com Rio de Janeiro e São Paulo, mas estamos dando os primeiros
passos para a profissionalização aqui”, descreve Uédson.
Uma das caçulas do carnaval do DF, a
escola Gigante da Colina, do SIA, tem quatro anos de passarela e
também está representada no curso com um casal de mestre-sala e
porta-bandeira. O presidente da agremiação Fabiano Duarte acredita
que o curso é um “momento marcante” do carnaval da capital
federal.
À esquerda, Fabiano Duarte |
“O samba não tem rivalidade. É
triste quando tem uma escola muito bonita e outras muito feias. Aqui,
com este curso, temos um abrigo para desenvolver habilidades
essenciais do carnaval”, avalia. O presidente, no entanto, cobra
mais investimentos em cultura por parte do poder público. “O ser
humano precisa de informação e cultura. E falta investimento
justamente nessa área. A escola de samba é a rainha da cultura
brasileira”, analisa.
Ao centro, Alaídes Souza |
Outra agremiação presente no curso é
a Aruremas, do Recanto das Emas, com um casal participando do
projeto. De acordo com a presidente da escola de samba, Alaídes
Souza, a iniciativa será reproduzida na comunidade. “Vamos montar
uma oficina para multiplicar os conhecimentos repassados pelo curso
dentro da nossa comunidade. Este projeto oferece a objetividade da
dança do mestre-sala e da porta-bandeira que precisávamos e
portanto, retira os vícios de quem ainda não tinha se
profissionalizado em Brasília”.
“Aqui estamos dando mais um passo
para construir o carnaval de Brasília”, afirma a presidente.
Que honra poder estar com essa brilhante e competente equipe em três edições gloriosas e que geraram resultados satisfatórios para todos os casais de M. Sala e Porta Bandeira de Brasília.
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